O USO CORRETO DE MEDICAMENTOS

    A utilização correta de medicamentos exige atenção e cuidados para se obter o restabelecimento da saúde e a melhoria da qualidade de vida. Apesar da facilidade de comercialização no Brasil, os medicamentos não podem ser tratados como uma mercadoria qualquer. Eles devem ser utilizados somente quando necessário e com orientação adequada. Todo e qualquer remédio ou medicamento tem seus prós e contra. O remédio é uma combinação de produtos químicos, preparados especialmente para combater doenças específicas. Assim como todo produto químico, o medicamento pode fazer bem para determinadas pessoas e mal para outras. Isso é chamado de efeito colateral e deve vir descrito na bula. As tarjas nas caixas têm o seguinte significado:
    Tarja Preta: Indica medicamento de alto risco, se tomados em doses erradas podem até matar. Só podem ser vendidos com apresentação da receita, que deve ficar retida na farmácia para controle das autoridades. Tarja Vermelha: Indica que o medicamento só pode ser vendido sob prescrição médica, pois provoca sérios efeitos colaterais. Embora algumas farmácias vendam esses remédios sem receita, eles não devem ser tomados sem orientação médica. Sem Tarja: Indica que não há nenhuma restrição para venda. Mesmo esses só devem ser tomados para aliviar certos sintomas até que se saiba suas causas.

    O paciente deve informar ao médico

    · Se é alérgico a algum remédio, mofo, poeira, perfume, etc.
    · Se está em uso de algum medicamento.
    · Hábitos de vida, tipo de alimentação, se fuma ou bebe, se pratica exercícios físicos, etc.
    · Se há casos de doenças na família: hipertensão, diabetes, e outras.
    · Alterações no ciclo menstrual.
    · Se está grávida ou em fase de amamentação.

    Prescrição ou Receita Médica

    A receita médica é que vai fornecer todas as informações sobre o uso correto do medicamento. Representa o resultado do diagnóstico dado pelo médico através do exame clínico e da queixa do paciente. Ao receber uma receita, deve-se observar se está clara, legível e se contém:
    -nome e endereço do paciente.
    -nome do medicamento, tipo e quantidade receitada, horário de tomá-lo, duração do tratamento e o modo de usá-lo.
    -Data, assinatura e número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina.
    O médico está capacitado e deve esclarecer todas as dúvidas sobre a doença, o medicamento e o tratamento receitados. Esses esclarecimentos proporcionarão ao paciente a realização de um tratamento de forma correta e se curar. Todos têm o direito de receber do médico uma receita de qualidade. Outro profissional capacitado para dar informações sobre medicamentos é o farmacêutico. Nunca se deve aceitar a “empurroterapia”: Não se deve levar um medicamento diferente do receitado pelo médico porque o balconista diz que são iguais ou tão bom quanto. A substituição de um medicamento receitado só deve ocorrer se o nome genérico (composto ativo) de um e de outro forem os mesmo.

    Farmácias e Drogarias

    Tanto a farmácia quanto a drogaria têm um profissional responsável - o farmacêutico - cuja presença neste estabelecimento é obrigatória. Não confunda o balconista com o farmacêutico. Muitas vezes, o balconista incentivado pelos grandes laboratórios costuma “receitar” medicamentos. Além de ilegal, essa prática é extremamente perigosa. Evitar consultas de balcão é dever do consumidor. A farmácia difere da drogaria porque está autorizada a manipular fórmulas mediante receita médica, ou seja, aviar receitas. Além disso, a farmácia pode fracionar medicamentos fabricados por laboratórios (a pedido médico). Já a drogaria só pode vender remédios de laboratórios devidamente lacrados na embalagem original. É preciso atenção quanto a higiene dentro desses estabelecimentos, ela é fundamental.

    Riscos de se consumir medicamentos sem prescrição médica

    · Intoxicação.
    · Reações de hipersensibilidade ou alergia manifestada por pequena irritação.
    · Morte.
    Além disso, pode acontecer o agravamento da doença. O medicamento pode esconder alguns sintomas e algum tempo depois a doença volta a se manifestar de forma mais grave. Quando não se toma o medicamento receitado, durante o tempo e na dose determinada, pode-se ter o aparecimento de outras doenças devido ao agravamento da primeira. Um simples resfriado, por exemplo, pode transformar-se em pneumonia.
    Atenção para:
    NOME DO REMÉDIO Certifique-se de que o medicamento recebido é o mesmo que lhe foi receitado.
    PRAZO DE VALIDADE Observe a data de validade impressa na embalagem do medicamento. Nunca compre ou tome medicamento com prazo de validade vencido. Não aceite medicamentos com embalagem amassada, rasgada ou sem rótulo.
    DOSAGEM OU POTÊNCIA Um mesmo medicamento pode ter várias dosagens. Verifique atentamente na receita se a dosagem receitada corresponde à indicação da embalagem.
    PREÇO A embalagem deve indicar o preço máximo ao consumidor. A relação dos medicamentos que têm preços controlados pelo governo consta no Diário Oficial, que deve estar à disposição no balcão da farmácia.
    BULA A bula traz informações importantes como especificação da fórmula, modo de usar, contra-indicações, efeitos colaterais e precauções. Não a jogue fora.
    REGISTRO E NÚMERO DO LOTE Os medicamentos industrializados devem trazer seu número do registro no Ministério da Saúde. Alguns produtos apresentam a expressão “Isento de Registro”. Os preparados na farmácia, os dizeres “Farmacopéia Brasileira”. Verifique se o número do lote está impresso na embalagem. Ele será útil caso haja problemas com o medicamento.
    FABRICANTE E FARMACÊUTICO RESPONSÁVEL É obrigatório constar na embalagem o nome, endereço e CGC do fabricante e o nome e registro do farmacêutico responsável.
    QUANTIDADE O rótulo e a bula dos medicamentos devem indicar seu peso, volume líquido ou quantidade de unidades, conforme o caso.

    Cumprimento da Prescrição

    · O medicamento indicado deve ser tomado durante o período estabelecido pelo médico.
    · Não se pode mudar a forma de tomar e nem interromper o tratamento sem conhecimento do médico.
    · No caso de antibióticos, o cumprimento do tratamento deverá ser ainda mais rigoroso, pois se eles não forem tomados adequadamente além de não curar, perderão o efeito quando forem novamente necessários.
    · Mulheres em fase de amamentação, idosos e crianças devem ter maior cuidado ao usar medicamentos.
    · Grávidas só devem usar medicamentos com acompanhamento médico.
    · Se durante o tratamento, o medicamento provocar alguma reação que não foi alertada pelo médico, ele deve ser avisado imediatamente.

    Cuidados com os Medicamentos

    · Devem ser mantido fora do alcance de crianças e animais domésticos para evitar intoxicações.
    · Não devem ser comparados com balas ou sucos quando forem administrados às crianças.
    · Devem ser guardados em locais arejados, frescos, bem ventilados e protegidos da luz e umidade. Nunca em cima de geladeira, armários de banheiro ou junto com alimentos.
    · Embalagem de medicamento nunca deve ser reaproveitada.
    · Sobras de medicamentos utilizados devem ser jogadas fora, principalmente antibiótico, colírio, remédio de uso nasal e odontológico.
    · Em caso de uso de mais de um medicamentos, não deixá-los fora da embalagem para evitar confusões.
    · Nunca se deve usar medicamentos indicados por conhecidos, parentes ou amigos. Se o tratamento fez bem a uma pessoa não quer dizer que fará bem a outra.
    · Não se deve usar medicamentos sem receita médica, mesmo que ele já tenha sido receitado numa ocasião anterior.
    · Nunca utilizar a mesma receita duas vezes, sem o conhecimento do médico.
    · O medicamento precisa de tempo para agir. É errado imaginar que aumentando a dose o efeito será mais rápido. Isso poderá trazer conseqüências para a saúde do usuário.
    · Cuidado com a propaganda de medicamentos veiculadas em jornais, Tvs e rádios. Os medicamentos só são úteis quando realmente se precisa deles e se usados com equilíbrio.
    · Nunca insistir com o médico para que ele receite um medicamento. O médico sabe qual o remédio mais adequado ao paciente.